Na Faina do Argaço - Mariana Vilanova
2024


Numa zona costeira, conhecida pelos seus ventos e nevoeiros espera-se tão ansiosamente a chegada do sargaço. Estas algas são consideradas mais valiosas que ouro, para além da capacidade notável de fertilizar os campos de cultivo, têm também propriedades terapêuticas. Num mundo em que o sargaço é cada vez mais raro, a sua aparição ganha uma dimensão divina, quase como uma dádiva, transformando a sua apanha num ritual de grande importância, e onde se torna inevitável a tentativa de reprodução artificial destas algas.
Na Faina do Argaço procura ligações entre práticas ancestrais e novos desenvolvimentos, mostrando-nos que a leitura do passado é essencial à evolução. Partindo do registo de costumes desta comunidade sargaceira, e da problematização de conhecimento popular e científico em torno destas algas, procura-se especular sobre um futuro ilusório e tecnológico, inspirado na sustentabilidade e na circularidade destas práticas ancestrais.
A exposição põe em diálogo um arquivo de espécimes das algas que constituem o sargaço e um ensaio visual que se situa entre a ficção e o documentário, como elogio à natureza e retrato de um lugar costeiro característico do litoral português. Não é uma história sobre a apanha do sargaço, mas sim uma composição de momentos cinematográficos em torno destas algas, combinando mitologia e ciência como forma de pensar sobre o futuro, ecologia, resistência e igualdade, e com a finalidade de preservar o património cultural do litoral norte.



Um projecto comissariado por Batalha Centro de Cinema.

Um filme com Francisca Sousa Soares, Sílvia Brito Cunha, Mariana Vilanova e Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia

Realização e produção: Mariana Vilanova
Assistente Realização: Marcelo Reis
Assistente Produção: Ana Carvalho dos Santos
Direcção de Fotografia: Marco Freire e Pedro Teixeira
Sonoplastia e tema original: Francisco Oliveira
Edição: Mariana Vilanova e Marcelo Reis
Texto: Francisca Soares e Mariana Vilanova
Revisão e Leitura: Andrea Graf e Madalena Vilanova
Tradução: Beatriz Teixeira







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